sábado, 29 de novembro de 2008

ja com a garrafa de havana

HAHAHAHHAHAAHHA
JA TENHO O HAVANA.
AGORA SIM
OU ELA OU EU
QUE A SORTE NOS DISTINGA

QUERO QUE SE FODA O FMI

Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.

EU QUERO DO FMI

Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar...

A minha FMI

antes que feche o inter.
antes que me arrependa.
antes que me falte a coragem.
vou matar a puta da gripe com Havana

parte intima do FMI

Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é 'pequeno burguês', o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se foda o futuro, que se foda o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos caralho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz caralho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da puta, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, desopila o fígado, arreda, T'arrenego Satanás, filhos da puta. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se foda o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se foda, eu quero lá saber que o FMI me foda a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus cabrões, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora

E muito bom quando cantamos a mesma canção




gostava de estar no congresso mas acho que o partido perdeu a minha morada

coisa antiga

Estavas sentada com o teu sorriso no colo

Amparado pelas pernas frágeis

Pelas tuas ancas finas

O teu sorriso maroto de criança

Enchia-me de desejo, levava-me o olhar

Depois deitas-te na cama

Como quem entra no cocpit de um avião

Com as certezas de mulher

Agarras-me nos braços finos

E a minha boca morde o teu sexo aberto de desejo

Depois…

Depois o meu olhar ficou no teu

Paramos num abraço apertado

Num respiro cúmplice de prazer

As CRIADAS

Valeu a pena

Hoje acabo com ela...

Ha ums semana que estou em casa com gripe.
Ha uma semana que me porto bem e tomo os comprimidos a tempos e horas.
Como as melhoras demoram em chegar...
Vou tratar do assunto como gosto, em duelo
Hoje, ou ela ou eu.
Vou comprar uma garrafa de Havana, cinco anos, e mato esta puta desta gripe, ou ela a mim.

MEDOS

Tenho medo da noite... os dias são cada vez mais pequenos

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

AS CRIADAS, dias 12, 13 e 14 no Pax Julia

AS CRIADAS

Ai que dor de cabeça.
Faltam 9 dias para a estreia.
É nestas alturas que me apetece desaparecer, fugir, correr para outra profissão.
Quem me manda a mim...