quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

amanhã Uivo do Coiote na SPA

Neste quarto quente, frio de angustia, de ansiedade, tento desesperadamente roubar um texto para a minha cabeça. É sempre assim.
Amanha vou apresentar um espectáculo que gosto muito.
Estou novamente na cidade do meu conforto, Lisboa.
Já revisitei as minhas putas do Martin Moniz, já caminhei pelo bairro que é alto e avista o Tejo.
Ando pelas ruas onde me encontro, pelos ruídos dos carros das pessoas em silencio que não é o meu. Vibro no encontro desencontrado dos corpos.
Hoje é uma passagem, amanhã uma estadia.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

estavas só

Estavas só
No encontro do teu corpo com os ramos secos
Das amendoeiras viçosas
No caminhar pelas terras húmidas dos desertos
No desejo de ver o mar calmo das tuas incertezas
Caminhas-te e o teu corpo ficou preso nos galhos pequenos
Que coloriam as estradas

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

resposta feita pergunta

Estou sozinho,
A ouvir o silencio da relva
A tropeçar nos nos ramos secos da ausência
A terra sussurra-me um tango dum porto esquecido
Os ramos secos das arvores que floriram noutros tempos
Acariciam-me do forte vento que passa pelo meu corpo nu
Hoje estou sozinho
E o lume esta por acender com os ramos da nossa esperança
Com os dedos apagados dum desejo ausente num dia …
Quando estava à espera que tu não viesses

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

foda-se

Foda-se quero estar só.
A torre do castelo é um corpo ausente enlaçado no meu
Agarra-me nestas noites em que estou só
Nestes momentos finos de encontro
Nestas leves ausências do teu corpo
As tuas pedras são beijos contados ao por do sol
São desesperos contidos por entre os voos dos corvos
São enzimas sufocantes dos teus abraços

saudades de lisboa entre dentes

Esta quase a terminar a sexta feira.
Merda de dia.
Nesta cidade e tudo tão igual.
Nesta cidade é tudo tão previsível.
Nesta cidade beber copos e sempre nos mesmos sítios.
Nesta cidade sofrer, é sempre no mesmo quarto.

Quero as minhas putas do Martin Moniz
Quero os agarrados do intendente
Quero as narças do bairro alto
Quero as putas e os bares do cais do sodré
Quero a vizinha da mouraria que me tratava por vizinho
Quero os metros os eléctricos os passos as corridas o andar louco por entre as ruas sujas

Eroscopio em Beja

14 de Fevereiro às 21.30 horas
Auditório do Pax Julia Teatro Municipal
Entrada: 3 euros
Convidados Especiais:
Manuel Rocha (Brigada Victor Jara)
Eroscópio é um projecto que surgiu em Beja em 2004 como resultado de uma cumplicidade artística entre o músico Paulo Ribeiro (ex. Anonimato) e o actor/performance António Revez, aos quais se juntaram posteriormente Marco Cesário (Zedisaniolight), Nuno Figueiredo (Virgem Suta), César Silveira (Virgem Suta) e Manuel Nobre (ex. Anonimato).

Com música de Paulo Ribeiro e arranjos de todos os elementos da formação, este projecto alimenta-se essencialmente das palavras de diversos autores, interpretadas por António Revez.

Jorge de Sena, Natália Correia, Al Berto, Nuno Júdice, José Luís Peixoto e Manuel Alegre, entre muitos outros, fazem parte do roteiro arty do Eroscópio, onde o amor e o erotismo convergem para a elaboração de um universo poético de alma portuguesa.

Refira-se ainda que os Eroscópio gravaram dois temas para a compilação Phono 05, editada pela Fonoteca Municipal de Lisboa: “Casamento de Conveniência” e “Figura velada na cave”, poemas de Rui Knopli e Nuno Júdice, respectivamente.
Concepção António Revez / Paulo Ribeiro Poemas de Eugénio de Andrade, Al Berto, Natália Correia, Manuel Alegre, José Luís Peixoto, Fernando Pinto do Amaral, António Gancho, João Rui de Sousa, José Manuel Carreira Marques, Nuno Júdice, Jorge de Sena, Rui Knopli Música Paulo Ribeiro Interpretação/Voz António Revez Guitarra Acústica Paulo Ribeiro Baixo Manuel Nobre Guitarra Eléctrica / Metalofone Nuno Figueiredo Piano / Teclados César Silveira Bateria Marco Cesário Desenho de Luz António Revez e Ivan Castro Co-produção Lendias d’Encantar e Câmara Municipal de Beja