terça-feira, 8 de setembro de 2009

As vezes tenho tantas certezas.
Nunca percebi muito bem porque sou comunista.
Mas tambem nunca percebi porque me sinto só e apenas comunista.
Estive na festa do avante deste ano, ja havia dois anos que não ia.
Levei a minha filha leonor, não foi a primeira vez dela, ja tinha ido com quatro meses. Mas desta vez foi diferente, acampamos e estivemos não os tres mas dois dias.
As emoções pelas quais passei este ano foram muito semelhantes as que vivi em 89 quando fui pela primeira vez, talvez por viver a festa com a minha filha, talvez assistir a concertos com ela, talvez por chorar no comício de encerramento com ela nas costas. talvez por dançar a carvalhesa com ela, talvez.
Nunca percebi porque sou comunista.
Mas também nunca percebi porque me sinto tão bem numa festa com milhares de pessoas que sorriem por tudo, por as tratarmos por tu, por as ajudarmos, por nos ajudarem, porque as pisamos, porque nos pisam, por tudo.
O gozo que tive quando a minha filha me tratava por camarada pai, e eu a tratava por camarada filha. e escrevo e choro. Nunca percebi porque sou comunista. mas também nunca percebi porque choro tanto.
Naquela festa o mundo muda, para mim muda.
Não esqueço, mas muda.Este ano fiquei triste, não almocei com o casal de grandola, mas vi os netos e sei os avós ainda estão vivos, qua um está doente e por isso não cumpriu o ritual do almoço de domingo.
Nunca percebi porque sou comunista.
talvez porque naqueles dias da festa, vejo mulheres homens crianças velhos menos crianças e menos jovens, que partilham um sonho, um sorriso, uma lagrima.
Este ano não me abraçei ao paulo a chorar, mas havia um casal de moços novos a minha frente que perceberam as minhas lagrimas e abraçaram-se os dois a chorar, foi bonito.
Mas bonito foi o abraço da minha filha quase como uma mãe que acaricia um filho.
acho que ainda não percebi porque sou comunista, talvez a minha filha me explique um dia mais tarde.