sábado, 17 de abril de 2010

Cinco meses de inercia, ou talvez não

Acho que esta na altura de fazer um balanço da actividade cultural do novo executivo na câmara Municipal de Beja.
Passados estes quase seis meses e já com novo orçamento e plano de actividades aprovado, importa fazer uma analise da actividade deste executivo na área cultural.
Depois das muitas promessas eleitorais, estes cinco meses foram férteis em inércia e em queixumes. Durante este tempo todo, não foi dado a conhecer, uma linha sobre a estratégia e objectivos deste executivo para a área cultural, nada. Apenas algumas alterações mínimas na programação e nada mais. Não conhecemos uma linha, uma palavra, sobre o que pensa este executivo sobre qual a intervenção nas artes plásticas, na musica, nas artes performativas, na formação de públicos, enfim nada. No entanto durante estes quase seis meses, bloqueou-se de forma mais ou menos propositada grande parte da actividade artística no concelho de Beja. Com a desculpa de não haver orçamento, o município não assumiu os compromissos financeiros para com as estruturas artísticas, provocando danos irreparáveis nas mesmas. Há produções de teatro que estão por montar, discos que estão por editar, espectáculos por programar, eventos por realizar e ordenados por pagar.
Mas o mais grave, penso eu, foram os sinais que foram dados aos artistas e as associações culturais do concelho, um sinal de pessimismo, de recessão, de dúvida, de desnorte e desrespeito para com os criadores. É exemplo disto, uma estrutura teatral sem fins lucrativos, que viu o apoio a sua actividade teatral, reduzido em 50%, sem que tenham sido apontadas razões para este corte. Esta estrutura que tem desenvolvido um trabalho regular durante mais de dez anos de actividade, não merece que a tratem assim, por capricho. Da minha parte mostro-me indisponível para continuar a trabalhar por estas paragens. Não posso admitir que passados quase vinte anos de actividade teatral no concelho de Beja, os artistas sejam tratados como instrumentos politico/partidários. Cada um tem o direito as suas opções politicas sem que isso tenha interferência nos apoios concedidos pelos poderes públicos, afinal a democracia chegou a Beja, ou não?

Sem comentários: