quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Estavas numa cama quente
Eu estava frio sobre um lençol já gasto pelo tempo
Gasto pelos corpos e mais corpos que nele se embrulharam
As duas paredes paralelas que nos separavam
Eram dois mundos distintos
O verão e o Inverno
O ter e o desejar
Duas paredes com muita vida
Separavam dois corpos ausentes
Dois corpos de Outono
Que morrem secos como as folhas das árvores
A luz que subia pela janela
Arrastou o meu corpo para as ruas despidas
Desta cidade cremada
Levou os restos duma esperança há muito perdida

Um café de um bairro operário
Espalmou numa bigorna velha
As aventuras sonhadas ao teu lado

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