sexta-feira, 20 de julho de 2007

outro poema antigo

Recordo muito levemente o corpo suado de amor e sexo
o nosso cheiro a preencher as paredes frias dos quartos onde nos demos
derradeiramente como se fosse a ultima
como se o dia terminasse ali naquele orgasmo
dei-me ao teu amor sempre com o sorriso mais puro
como as crianças que roubam laranjas e fogem
eu nunca fugi de ti, ficava ali muito quieto
a contar os cabelos que perdias
a assistir à tua cara a voltar ao normal
à espera de um olhar cúmplice, de me dizeres que era para sempre
hoje acho que perdi o olhar
não fugi, fiquei muito quieto, mas não tenho cabelos para contar
e não me disseste que era para sempre
sussurraste-me de longe para me recordar o que é o passado

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